As lombadas, também conhecidas como ondulações transversais ou redutores de velocidade, têm sido um tema controverso no trânsito brasileiro. Embora o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) aparentemente as proíba, na prática, elas são amplamente utilizadas em todo o país. Será informado os detalhes dessa aparente contradição e forneceremos informações importantes sobre a legalidade e a aplicação adequada das lombadas.
Lombadas no Trânsito: A Proibição Aparente no Código de Trânsito Brasileiro
O CTB, a legislação que rege o trânsito no Brasil, contém uma cláusula que proíbe expressamente a utilização de ondulações transversais e sonorizadores como redutores de velocidade. Essa proibição parece ser clara e inequívoca, mas a realidade nas ruas brasileiras é bastante diferente.
A Brecha Legal
De acordo com o CTB, a instalação de ondulações transversais é permitida em “casos especiais definidos pelo órgão ou entidade competente, nos padrões e critérios estabelecidos pelo CONTRAN“. Essa cláusula fornece uma exceção à proibição geral, permitindo que os órgãos responsáveis instalem lombadas quando necessário, seguindo as diretrizes estabelecidas.
Lombadas no Trânsito: A Necessidade de Redutores de Velocidade
Apesar dos esforços para promover a educação no trânsito e a fiscalização eficaz, muitas vezes, esses métodos não são suficientes para garantir a segurança nas vias. Nessas situações, os órgãos responsáveis recorrem às lombadas como uma medida adicional para reduzir a velocidade dos veículos.
Falhas na Fiscalização e Educação
Quando os métodos convencionais de fiscalização e educação não conseguem convencer os motoristas a respeitarem os limites de velocidade, os órgãos de trânsito enfrentam um desafio significativo. Eles precisam encontrar soluções alternativas para garantir a segurança dos pedestres e outros usuários das vias.
Apelo às Lombadas
Diante desse cenário, a instalação de lombadas torna-se uma opção viável, embora não ideal. Celso Mariano ressalta que “quando falham a fiscalização, a educação e os tantos recursos para induzir ‘a tirada de pé do acelerador’, os órgãos com circunscrição sobre a via apelam para as lombadas”.
Lombadas no Trânsito: Alternativas Inteligentes às Lombadas
Embora as lombadas sejam amplamente utilizadas, existem alternativas mais modernas e inteligentes que podem ser consideradas para reduzir a velocidade dos veículos sem comprometer a segurança ou a fluidez do trânsito.
Lombadas Eletrônicas
Uma opção cada vez mais popular é a lombada eletrônica, que utiliza sensores e câmeras para detectar a velocidade dos veículos e emitir alertas ou multas quando os limites são excedidos. Essa solução oferece uma abordagem mais tecnológica e menos intrusiva do que as lombadas físicas tradicionais.
Outras Soluções Inteligentes
Além das lombadas eletrônicas, existem outras soluções inteligentes que podem ser exploradas, como a instalação de radares fixos ou móveis, a utilização de câmeras de monitoramento e o emprego de sinalização inteligente que se adapta às condições de tráfego em tempo real.
Lombadas no Trânsito: Os Riscos e Benefícios das Lombadas
Embora as lombadas sejam amplamente utilizadas como redutores de velocidade, é importante considerar seus riscos e benefícios para a segurança no trânsito.
Riscos das Lombadas
Um dos principais riscos associados às lombadas é o potencial de acidentes, especialmente para motociclistas e ciclistas. As ondulações transversais podem causar perda de controle ou desequilíbrio, resultando em quedas e ferimentos graves.
Benefícios para a Segurança de Pedestres
Por outro lado, as lombadas também trazem benefícios significativos para a segurança dos pedestres. Ao reduzir a velocidade dos veículos em áreas críticas, as lombadas diminuem o risco de atropelamentos e acidentes envolvendo pedestres, especialmente em áreas residenciais ou próximas a escolas e parques.
Lombadas no Trânsito: O Direito do Cidadão de Solicitar Redutores de Velocidade
Poucos cidadãos têm conhecimento, mas é um direito previsto em lei solicitar aos órgãos responsáveis pelo trânsito a implantação de equipamentos de segurança, como redutores de velocidade, em determinadas vias.
Como Solicitar Redutores de Velocidade
Para exercer esse direito, o cidadão deve fazer um pedido por escrito aos órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito. Esses órgãos têm a obrigação de analisar as solicitações, responder dentro de prazos mínimos e, se pertinente, informar quando a implantação dos equipamentos solicitados ocorrerá.
Participação Cidadã na Segurança no Trânsito
Essa possibilidade de solicitação reforça a importância da participação cidadã na promoção da segurança no trânsito. Ao exercer esse direito, os cidadãos podem contribuir ativamente para a identificação de áreas críticas e a busca de soluções adequadas para proteger pedestres e outros usuários das vias.
Lombadas no Trânsito: O Papel das Autoridades de Trânsito
As autoridades de trânsito desempenham um papel fundamental na tomada de decisões sobre a instalação de redutores de velocidade, levando em consideração fatores como segurança, fluidez do tráfego e impacto na comunidade local.
Análise Criteriosa das Solicitações
Ao receber solicitações de implantação de lombadas ou outros redutores de velocidade, as autoridades de trânsito devem realizar uma análise criteriosa. Essa análise deve levar em conta a necessidade real de redução de velocidade, as características da via, o volume de tráfego e os possíveis impactos positivos e negativos para a comunidade.
Estabelecimento de Padrões e Critérios
Além disso, é responsabilidade das autoridades de trânsito estabelecer padrões e critérios claros para a instalação de lombadas e outros redutores de velocidade. Esses padrões devem ser baseados em estudos técnicos e na experiência de outras cidades ou países, visando garantir a eficácia e a segurança dessas medidas.
A questão das lombadas no trânsito brasileiro é complexa e envolve uma série de fatores, desde a interpretação da legislação até as necessidades de segurança e a busca por soluções sustentáveis. Embora as lombadas possam ser uma solução temporária, é fundamental investir em educação, conscientização, planejamento urbano integrado e tecnologias inovadoras para abordar o problema de forma completa.
A cooperação entre diferentes órgãos e autoridades, juntamente com o envolvimento da sociedade civil, é essencial para encontrar soluções eficazes e duradouras. Além disso, o monitoramento contínuo e a avaliação dos resultados são fundamentais para garantir a eficácia das medidas adotadas e identificar áreas que necessitam de melhorias.