Imagine sair de casa para visitar a família ou seguir viagem a trabalho e, ao ligar o carro, saber que o trajeto escolhido está entre os mais arriscados do país. Essa é a realidade de milhares de brasileiros que percorrem a BR-101 e a BR-116, duas das principais vias federais do Brasil e também, infelizmente, campeãs em número de acidentes e mortes em 2024.
Os dados divulgados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) revelam um cenário preocupante. E não estamos falando apenas de estatísticas frias, mas de histórias de vidas interrompidas, famílias afetadas e uma sensação de insegurança que insiste em se manter nas estradas.
O retrato das rodovias mais arriscadas do país
Você já precisou dirigir por um longo trecho da BR-101 ou da BR-116? Então talvez já tenha sentido a tensão no volante. Juntas, essas duas rodovias concentraram mais de 24 mil acidentes no último ano, resultando em mais de 1.500 mortes.
O que pode estar por trás de números tão altos?
BR-101: o caminho da costa com tráfego pesado
Com 12.778 acidentes, a BR-101 lidera o ranking. Seu percurso acompanha boa parte do litoral brasileiro, servindo como uma das principais rotas para o transporte de cargas e passageiros. É uma estrada sempre cheia, com diversos trechos urbanos, o que torna a direção ali ainda mais desafiadora. Já passou por ela em horário de pico?
BR-116: cortando o país de norte a sul
A BR-116 não fica muito atrás, com 11.478 acidentes registrados em 2024. Ela cruza várias regiões e conecta grandes centros urbanos a cidades menores. A ausência de manutenção adequada, somada à sinalização precária e à variedade de condições climáticas e geográficas, aumenta os riscos especialmente em áreas mais afastadas dos grandes centros.
Mas afinal, por que tantos acidentes?
Essa pergunta precisa ser feita e respondida com seriedade. Vários fatores ajudam a compor esse cenário:
- Buracos e sinalização falha: trechos esburacados, placas encobertas ou mal posicionadas e iluminação deficiente dificultam a reação dos motoristas.
- Velocidade acima do limite: quem nunca viu um carro “voando” na estrada, mesmo com chuva ou trânsito intenso?
- Desatenção e imprudência: celular ao volante, sono acumulado, uso de álcool… atitudes que parecem pequenas, mas que podem acabar em tragédia.
Grandes são os números de acidentes na BR 116 E BR 101. Foto: FREEPIK
Um olhar mais amplo: os trechos mais perigosos
Veja o ranking das rodovias com maior número de acidentes:
Rodovia | Acidentes registrados |
---|---|
BR-101 | 12.778 |
BR-116 | 11.478 |
BR-381 | 3.469 |
BR-040 | 3.359 |
BR-153 | 2.738 |
E as mortes?
Rodovia | Mortes registradas |
---|---|
BR-116 | 821 |
BR-101 | 732 |
BR-153 | 270 |
BR-163 | 240 |
BR-316 | 221 |
Esses números levantam um questionamento necessário: o que falta para que essas rodovias se tornem mais seguras?
O papel da fiscalização
A presença da Polícia Rodoviária Federal tem sido reforçada em diversos pontos críticos. Mas será que só a fiscalização basta? Blitzes educativas, radares e campanhas de orientação são medidas importantes, mas precisam ser acompanhadas por algo mais duradouro.
Educação pode mudar trajetórias
Falar sobre trânsito nas escolas, nas empresas e nas mídias é parte da solução. A mudança de comportamento começa pela informação. Quantas vidas poderiam ser poupadas se todos compreendessem o real impacto de decisões como dirigir cansado ou mexer no celular ao volante?
Onde o investimento faz a diferença
Melhorias estruturais são urgentes em vários pontos das BRs:
- Alargamento de pistas em áreas com alto fluxo;
- Recapeamento frequente para evitar buracos;
- Melhor sinalização em trechos urbanos e rurais;
- Instalação de passarelas e redutores de velocidade em áreas movimentadas.
Você já notou como alguns trechos parecem verdadeiras armadilhas para quem dirige?
A tecnologia como aliada
Hoje em dia, muitos motoristas contam com aplicativos que informam sobre congestionamentos e acidentes. E se essas ferramentas também ajudassem a identificar trechos com mais risco, sugerindo rotas alternativas?
Um alerta que ninguém pode ignorar
O cenário atual da BR-101 e BR-116 não é só estatístico é humano. E cada número representa alguém que não chegou ao destino. Alguém que deixou saudade.
Fica a pergunta: o que pode ser feito por cada motorista, por cada gestor público, por cada cidadão para evitar que os mesmos erros se repitam ano após ano?
Talvez a resposta comece com um pouco mais de atenção. E com a consciência de que, ao segurar o volante, também se segura uma responsabilidade enorme.
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