Brasileiros foram surpreendidos com a notícia do novo aumento no valor dos combustíveis. Contudo, esta decisão não foi tomada de forma isolada, mas sim como parte de uma série de medidas fiscais e econômicas que visam equilibrar as contas públicas e adequar o mercado interno às flutuações do cenário internacional. Ao longo das próximas seções, será apresentado aspectos relacionados a esta mudança nos preços dos combustíveis, desde as motivações governamentais até as consequências para o consumidor final.
Razões para o aumento dos combustíveis
O aumento no valor dos combustíveis em todo o Brasil a partir de fevereiro é resultado de uma junção de fatores que envolvem tanto a política fiscal interna quanto as dinâmicas do mercado internacional de petróleo. Para compreender as razões por trás deste reajuste, é necessário examinar cada um desses elementos separadamente.
Reajuste do ICMS
Um dos principais motivos para o aumento dos preços dos combustíveis é o reajuste do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Este tributo, de competência estadual, incide sobre uma ampla gama de produtos e serviços, incluindo os combustíveis.
No final de 2024, as secretarias da fazenda de diversos estados brasileiros, em conjunto com o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), aprovaram um aumento significativo na alíquota do ICMS aplicada aos combustíveis.
O reajuste aprovado estabelece um aumento de 7,1% na tributação da gasolina e do etanol, enquanto para o diesel e o biodiesel, o aumento é ainda mais expressivo, chegando a 53%. Esta decisão foi tomada com o objetivo de incrementar a arrecadação dos estados, que enfrentam desafios fiscais e buscam equilibrar seus orçamentos.
É importante ressaltar que este aumento na carga tributária tem um impacto direto no preço final dos combustíveis, sendo repassado ao consumidor.
Impacto nos diferentes tipos de combustíveis
O aumento no valor dos combustíveis em todo o Brasil a partir de fevereiro não afetará todos os tipos de combustível da mesma maneira, cada categoria de combustível possui suas próprias características de mercado, demanda e estrutura de custos, o que resulta em impactos diferenciados. Confira como cada um dos principais combustíveis será afetado por este reajuste.
Gasolina
A gasolina, sendo um dos combustíveis mais utilizados no país, sofrerá um impacto significativo com o aumento previsto, o reajuste de 7,1% na tributação do ICMS, combinado com possíveis ajustes nos preços praticados pela Petrobras, resultará em um aumento considerável no preço final ao consumidor.
Este aumento afetará diretamente os proprietários de veículos movidos a gasolina, que representam uma parcela significativa da frota nacional, o impacto será sentido não apenas pelos motoristas individuais, mas também por setores que dependem fortemente do transporte rodoviário, como o de logística e entrega.
Além disso, o aumento no preço da gasolina pode ter um efeito cascata na economia, influenciando os custos de transporte de mercadorias e, consequentemente, os preços de diversos produtos ao consumidor final.
Etanol
O etanol, importante alternativa à gasolina e combustível renovável produzido principalmente a partir da cana-de-açúcar, também será afetado pelo aumento tributário, assim como a gasolina, o etanol sofrerá um reajuste de 7,1% no ICMS.
Este aumento pode impactar a competitividade do etanol em relação à gasolina, dependendo da proporção do reajuste final. Tradicionalmente, o etanol é considerado economicamente vantajoso quando seu preço está abaixo de 70% do preço da gasolina, devido à sua menor eficiência energética. Com o aumento, essa relação pode se alterar, influenciando potencialmente as escolhas dos consumidores na hora de abastecer.
O setor sucroalcooleiro, responsável pela produção de etanol, também poderá sentir os efeitos desse aumento, uma vez que a demanda pelo combustível pode ser afetada caso a relação de preços com a gasolina se torne menos favorável.
Diesel e Biodiesel
O diesel e o biodiesel serão os combustíveis mais impactados pelo reajuste tributário, com um aumento expressivo de 53% no ICMS. Este aumento significativo terá repercussões amplas na economia brasileira, considerando a importância do diesel para o setor de transporte de cargas.
O setor de transporte rodoviário, responsável por grande parte da movimentação de mercadorias no país, será diretamente afetado por este aumento. Isso pode levar a um aumento nos custos de frete, que por sua vez pode ser repassado aos preços dos produtos transportados, contribuindo para pressões inflacionárias.
Além disso, o aumento no preço do diesel afetará setores como a agricultura, que utiliza o combustível em maquinário agrícola, e o transporte público urbano, que em muitas cidades ainda depende fortemente de ônibus movidos a diesel.
O biodiesel, como alternativa renovável ao diesel convencional, também sofrerá com este aumento, o que pode impactar os esforços para aumentar a participação de combustíveis renováveis na matriz energética brasileira.
Gás Natural Veicular (GNV)
Embora o foco principal do aumento esteja nos combustíveis líquidos, é importante considerar também o impacto potencial no Gás Natural Veicular (GNV). Apesar de não ser diretamente mencionado no reajuste do ICMS, o GNV pode ser indiretamente afetado pelas mudanças no mercado de combustíveis.
O GNV tem sido uma alternativa econômica para muitos motoristas, especialmente para aqueles que rodam muitos quilômetros por mês, como taxistas e motoristas de aplicativo. Um aumento significativo nos preços da gasolina e do etanol pode tornar o GNV ainda mais atrativo, aumentando potencialmente a demanda por este combustível.