A obtenção da CNH no Brasil pode passar por uma transformação relevante em breve. O Ministério dos Transportes está estudando reduzir a carga horária obrigatória de aulas práticas para apenas duas horas.
Essa alternativa surge em meio às discussões sobre o alto custo para tirar a habilitação e a possibilidade de eliminar por completo a exigência de aulas obrigatórias. O objetivo principal é flexibilizar o processo, tornando-o mais acessível para milhões de brasileiros interessados em conquistar o direito de conduzir veículos.
Como é o processo atual para tirar a carteira de motorista
O caminho para conquistar o documento de condutor inclui etapas regulamentadas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Os candidatos precisam, primeiro, passar por aulas teóricas, abordar legislação, sinalização e direção defensiva.
Após aprovação na prova teórica, é necessário realizar as aulas práticas, previamente agendadas em um Centro de Formação de Condutores (CFC).
Além das aulas, candidatos devem passar por exames médicos e psicotécnicos. Após o cumprimento das cargas horárias, é marcada a prova prática, que avalia na pista as habilidades do futuro motorista.
Caso reprovado, o aluno precisa refazer parte do processo. Todas essas fases representam custos e deslocamento, o que acaba impactando especialmente quem reside longe dos grandes centros urbanos.
Proposta de mudança: o que está em análise para a CNH
A proposta em discussão propõe reduzir o mínimo obrigatório de aulas práticas para apenas duas horas. Outra opção cogitada seria acabar de vez com a obrigatoriedade, exigindo dos candidatos apenas a aprovação nas provas teórica e prática. Mesmo assim, a necessidade de aprovação nos exames permanece inalterada, garantindo uma avaliação de competência antes da concessão do documento.
Segundo o Ministério dos Transportes, o objetivo é proporcionar liberdade para o cidadão escolher entre contratar um centro de formação tradicional ou buscar instrutores autônomos credenciados. Nesse novo modelo, seria permitido ao candidato usar o próprio veículo, desde que identificado corretamente e com a presença de um instrutor autorizado.
Os instrutores, por sua vez, terão certificação emitida pelos Detrans ou pelo Ministério dos Transportes, ampliando as possibilidades para o brasileiro se adaptar à rotina de estudos e praticidade.

Impacto financeiro e social: o que pode mudar?
A redução das horas obrigatórias pode representar uma diminuição significativa no custo total para tirar a carteira. Hoje, colocar o nome na lista de espera de um CFC e cumprir todos os requisitos pode custar até nove meses e mais de R$ 5 mil. Com a flexibilização, o valor tende a cair, estimulando mais pessoas a buscarem a habilitação legalmente.
De acordo com dados do próprio Ministério dos Transportes, cerca de 54% dos brasileiros que compraram motocicletas não possuem habilitação.
Isso representa cerca de 20 milhões de pessoas — número que chama atenção para a necessidade de soluções práticas. A proposta visa justamente reduzir a informalidade, possibilitando que mais cidadãos estejam regularizados e aptos a circular pelas vias públicas de maneira consciente e segura.
Alternativas em estudo: aulas gratuitas e ensino online
Entre as alternativas analisadas, o governo avalia a implementação de aulas teóricas gratuitas em plataformas online e também em escolas públicas. O intuito é democratizar o acesso à preparação para os exames teórico e prático, facilitando o ingresso de candidatos de todas as regiões e realidades econômicas.
No caso da modalidade online, o estudante poderá acessar materiais didáticos pela internet, de acordo com sua disponibilidade. Já em escolas públicas, as aulas devem ser oferecidas em horários ajustados à rotina dos alunos, com materiais inclusos. Essas medidas acompanham a tendência de digitalização dos processos e ampliam o alcance do serviço no país.
O que permanece obrigatório mesmo com as mudanças?
Independente do formato, a aprovação nas provas teórica e prática continua como condição para obtenção da carteira de motorista. O rigor da avaliação não será reduzido, assegurando que só condutores aptos sejam autorizados a conduzir veículos de passeio ou motocicletas.
Essa regra busca manter o padrão de segurança no trânsito, reduzindo acidentes causados por motoristas sem preparo. Portanto, o futuro candidato deve continuar estudando com atenção os conteúdos exigidos e se preparar adequadamente para as etapas do processo, respeitando o compromisso com a responsabilidade e a segurança viária.
Cronograma para implementação e próximos passos
O governo trabalha para colocar em prática a nova normativa ainda em 2025, por meio de uma resolução do Contran. Esse tipo de medida não depende da aprovação do Congresso Nacional, abreviando o processo de implementação e tornando possível uma rápida adaptação dos Detrans de todo o país.
Enquanto os detalhes finais são definidos, vale acompanhar os pronunciamentos oficiais, acompanhar as notícias e, em caso de dúvidas, buscar informações diretamente no Detran do seu estado ou no Ministério dos Transportes.













