Nova lei de trânsito será uma parte integral para as vidas cotidianas, e a segurança deve ser a principal prioridade para todos os envolvidos. Infelizmente, ainda existem motoristas imprudentes que colocam suas vidas e as de outros em risco ao dirigir sob a influência de álcool ou drogas. Esta prática perigosa tem sido uma preocupação crescente, e as autoridades estão buscando medidas mais rigorosas para combatê-la.
1. Projeto de Lei Propõe Aumento Significativo nas Penalidades
Um novo projeto de lei apresentado na Câmara dos Deputados pelo deputado Cobalchini (MDB-SC) visa endurecer as punições para motoristas que cometem crimes de trânsito sob a influência de álcool ou substâncias psicoativas. O Projeto de Lei (PL) 2567/24 propõe alterações substanciais no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), refletindo a necessidade urgente de ações mais enérgicas para proteger vidas.
Homicídio Culposo: Penas até 18 Anos de Prisão
Atualmente, a pena máxima para homicídio culposo (quando não há intenção de matar) é de até oito anos de reclusão. No entanto, o novo projeto sugere um aumento drástico, elevando a punição para até 18 anos de prisão. Esta medida visa desestimular fortemente a prática de dirigir embriagado ou sob o efeito de drogas, reconhecendo os riscos graves que representa para a sociedade.
Lesões Corporais Graves: Penas de 2 a 7 Anos
Além disso, o projeto também aborda casos em que o motorista causa lesão corporal grave ou gravíssima. Nessas situações, a pena atual varia de dois a cinco anos de reclusão, mas a nova proposta amplia esse intervalo para dois a sete anos. Esta alteração demonstra a intenção explícita de impor punições mais rigorosas para atos que causem sérios prejuízos à integridade física alheia.
2. Capacidades Psicomotoras Alteradas: Um Risco Inaceitável
Um aspecto importante do projeto é o aumento da severidade das penalidades para aqueles que forem capturados dirigindo com a capacidade psicomotora comprometida pelo consumo de álcool ou substâncias psicoativas. A punição sugerida para tal infração varia de um a quatro anos de reclusão, além de multa e suspensão ou proibição de conduzir veículos.
A legislação atual estabelece uma detenção de seis meses a três anos para tais infrações, o que, segundo o deputado Cobalchini, não é suficiente para desencorajar comportamentos perigosos. A capacidade psicomotora comprometida representa um risco inaceitável para todos os usuários das vias, justificando a necessidade de penalidades mais rígidas.
3. Áreas de Maior Circulação de Pedestres: Proteção Reforçada
O projeto propõe ainda o aumento das penas para atitudes perigosas em zonas de grande movimento de pedestres, como ao redor de escolas, hospitais, terminais de passageiros e locais de alta circulação de pessoas. Conduzir um veículo em velocidade incompatível com a segurança em determinadas áreas pode resultar em penalidades, incluindo detenção de até dois anos.
Atualmente, as penalidades para esse tipo de infração variam entre seis meses a um ano de detenção ou multa. No entanto, o projeto reconhece a necessidade de proteger os pedestres, que são particularmente vulneráveis nesses locais de grande movimentação.
4. Suspensão ou Proibição de Dirigir: Medida Adicional
Além das penas de prisão e multas, o projeto também prevê a suspensão ou proibição de obter a permissão ou habilitação para dirigir para aqueles que forem condenados. Esta medida visa reforçar a responsabilidade dos motoristas e garantir que aqueles que demonstraram comportamentos perigosos não representem um risco adicional nas estradas.
5. Motivação por trás do Projeto: Segurança e Responsabilidade
O objetivo central deste projeto é intensificar a severidade das penalidades para aqueles que conduzem veículos sob influência de álcool ou drogas ilícitas. Segundo o deputado Cobalchini, o sistema penal vigente não é adequado para desencorajar comportamentos negligentes que colocam em risco a vida dos demais usuários das vias.
O parlamentar declara que comportamentos irresponsáveis têm prejudicado a sociedade e enfatiza que “é dever do Estado tomar medidas vigorosas para prevenir esses eventos, assegurar a segurança de todos os usuários das estradas e estabelecer punições justas e apropriadas para os infratores”.
6. Próximos Passos: Análise e Aprovação
O projeto de lei avança agora para avaliação nas comissões de Viação e Transportes, Constituição e Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados. Caso seja aprovado nessas instâncias, será encaminhado ao Senado para apreciação e eventual promulgação.
É importante ressaltar que este projeto representa um passo significativo na direção certa, mas sua implementação efetiva dependerá do apoio e compromisso de todos os envolvidos, desde legisladores até autoridades de trânsito e a sociedade em geral.
7. Conscientização e Educação: Chaves para a Mudança
Embora as penalidades mais severas possam atuar como um fator de dissuasão, é fundamental reconhecer que a conscientização e a educação desempenham um papel importante na prevenção de acidentes causados por motoristas embriagados ou sob a influência de drogas.
Campanhas de conscientização, programas educacionais nas escolas e a promoção de alternativas seguras, como o uso de serviços de transporte público ou aplicativos de carona, podem contribuir significativamente para mudar mentalidades e comportamentos.
8. Responsabilidade Compartilhada: Um Esforço Coletivo
A segurança viária é uma responsabilidade coletiva de todos os usuários das estradas, incluindo motoristas, pedestres e ciclistas. É essencial que cada indivíduo assuma sua parte nesse esforço coletivo, respeitando as leis de trânsito, mantendo a atenção e nunca dirigindo sob a influência de álcool ou drogas.
Além disso, as autoridades competentes devem garantir a aplicação rigorosa das leis e penalidades, enviando uma mensagem clara de que comportamentos perigosos não serão tolerados. Somente por meio de uma abordagem completa, envolvendo legislação, aplicação da lei, educação e conscientização, poderemos criar um ambiente mais seguro nas estradas.
O projeto de lei proposto pelo deputado Cobalchini representa um passo importante na luta contra a condução perigosa sob a influência de álcool ou drogas. Ao aumentar significativamente as penalidades para esses crimes de trânsito, o objetivo é desestimular fortemente tais práticas e proteger a vida de todos os usuários das vias.
Contudo, é essencial reconhecer que apenas a legislação não é suficiente. É necessário um esforço conjunto de todos os setores da sociedade, promovendo a conscientização, a educação e a responsabilidade individual. Somente assim poderemos criar um ambiente mais seguro e reduzir os trágicos acidentes causados por motoristas embriagados ou sob a influência de drogas.