Imagine a cena: durante um trajeto comum de carro, surge uma trinca inesperada no para-brisa. O susto pode ser grande, mas as consequências vão além do incômodo. A visibilidade prejudicada representa um risco imediato ao dirigir e, conforme as normas vigentes, a situação pode resultar em multa para o condutor. Entender o que a legislação prevê sobre vidros trincados, especialmente no ano de 2025, é importante para evitar transtornos, gastos e manter todos seguros no trânsito.
O que determina a lei de trânsito sobre vidros trincados em 2025
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), atualizado e complementado pelas resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), reforça que todos os veículos devem estar em condições de segurança para circular. Entre os itens fiscalizados, os vidros – especialmente o para-brisa – ocupam papel central por sua função de proteção e visibilidade.
A legislação estabelece que trincas, quebras, rachaduras ou quaisquer danos que prejudiquem o campo de visão do motorista podem caracterizar infração grave. Nesses casos, a penalidade inclui a aplicação de multa no valor de R$ 195,23 e a atribuição de 5 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Além disso, o agente de trânsito pode reter o veículo até a solução do problema.
Quando o vidro trincado resulta em autuação
Nem toda fissura pequena resulta em penalização imediata. A interpretação leva em conta o tamanho, a posição e a gravidade do dano. A legislação é aplicada, principalmente, quando:
- A trinca compromete a visão do motorista; ou seja, está localizada exatamente na linha ou área crítica de visão.
- O dano ameaça se espalhar, indicando risco de quebra súbita.
- O veículo passou por recomendação para reparo e não houve adoção de providências.
- Trincas em vidros laterais e traseiros ultrapassam os limites: até 10 cm para carros e 20 cm em veículos maiores; trincas circulares não podem exceder 4 cm de diâmetro.
Quando constatada em áreas críticas do para-brisa ou demais vidros sob risco, a infração pode ser agravada com retenção do veículo para reparo imediato.
Áreas críticas: saiba onde o risco é maior
A área do para-brisa considerada crítica inclui a faixa periférica de 2,5 cm das bordas e o campo visual direto do motorista — próximas ao retrovisor e à altura dos olhos. Danos nesse local aumentam o risco de acidente, por isso a fiscalização é mais rigorosa.
Quais os riscos de circular com vidro trincado
- Redução da visibilidade: Até pequenas fissuras podem prejudicar a leitura de placas, visão de pedestres e obstáculos, especialmente sob luz forte ou chuva.
- Risco de quebra repentina: Vibrações, alta velocidade ou variações de temperatura podem causar o rompimento do vidro trincado.
- Fragilidade estrutural: O para-brisa contribui para a estrutura do veículo. Uma trinca pode diminuir sua eficiência de proteção em colisões ou capotamentos.
- Consequências legais e financeiras: A multa agrava a situação, com pontos na CNH e até retenção do veículo.
- Danos progressivos: Ignorar uma pequena trinca pode acabar exigindo a troca completa do vidro, impactando diretamente no orçamento.
Diferenças entre para-brisa, vidros laterais e vidro traseiro trincados
Embora o para-brisa mereça atenção máxima, demais vidros também contam com parâmetros de segurança. O dano no para-brisa, especialmente em áreas críticas, gera maior risco de autuação. Já trincas em vidros laterais ou traseiros geralmente não prejudicam a visibilidade, mas podem comprometer a segurança em caso de impacto.
No caso de veículos de passeio, trincas acima de 10 cm nos vidros laterais e traseiros devem ser reparadas. Para ônibus e caminhões, o limite sobe para 20 cm. Trincas circulares não podem exceder 4 cm em qualquer vidro. Danos fora desses parâmetros ainda oferecem risco, pois aumentam a chance de quebra e acidentes.
Por que é importante agir rapidamente
Além da questão legal, rodar com um vidro trincado pode transformar um pequeno reparo em um problema mais grave. A inspeção regular e a manutenção preventiva minimizam custos e reforçam a segurança.
Como evitar a multa e rodar com segurança
- Faça revisões periódicas: Durante manutenções e revisões, verifique sempre o estado dos vidros do veículo.
- Repare o vidro assim que notar a trinca: Danos pequenos podem ser solucionados com resina, sem necessidade de troca total.
- Não tente burlar a fiscalização: O uso de películas, adesivos ou soluções improvisadas não eliminam o risco ou as consequências legais.
- Avalie a necessidade de substituição: Trincas em áreas críticas ou danos superiores aos limites estabelecidos exigem a troca integral do vidro.
- Considere um seguro auto adequado: Optar por um plano que inclua cobertura para vidros pode reduzir custos e agilizar reparos.
Manter o carro em ordem é sinal de responsabilidade e prevenção. Além de evitar a multa, a prática reduz riscos de acidentes e despesas inesperadas.
Perguntas Frequentes
Posso levar multa por qualquer trinca no vidro?
Não. Penalizações ocorrem quando a trinca prejudica a visibilidade, ameaça romper o vidro por completo ou ultrapassa os limites determinados pelo Contran.
Qual o valor atualizado da multa por vidro trincado?
Em 2025, a penalidade prevista para infração grave referente a vidro trincado é de R$ 195,23, além da adição de 5 pontos na CNH.
Vidro lateral ou traseiro trincado gera multa?
Sim, desde que a trinca exceda 10 cm (em carros) ou 20 cm (ônibus/caminhões) ou trincas circulares acima de 4 cm de diâmetro.